"O mito é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus É um mito brilhante e mudo." |
Fernando Pessoa
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O mito
é um dispositivo utilizado pelos antigos, para contar os fatos acontecidos em
relação sua vivência cotidiana, utilizando-se da linguagem simbólica. O rito,
já é concretização do mito, por exemplo: O casamento; A purificação de jovens
meninas para entrarem numa tribo na África, cortando o hímen. No rito a palavra
e os gestos ganham a sua sacralidade, e é por isso que muitas tradições existem
até hoje, especificamente o Cristianismo. O mito no seu sentido de origem: “O
mito é a mais antiga forma de conhecimento, de consciência existencial e ao
mesmo tempo, de representação religiosa sobre a origem do mundo, sobre os
fenômenos naturais e a vida humana. Deriva do grego mythos, palavra, narração
ou mesmo discurso, e dos verbos mytheyo (contar, narrar) e mytheo (anunciar e
conversar). Sua função, por tanto é a de descrever, lembrar e interpretar todas
as origens, seja ela a do cosmo(cosmogonia), dos (teogonia) , das forças e
fenômenos naturais (vento, chuva, relâmpago, acidente geográfico, seja ela a da
causas primordiais que impuseram ao homem as suas condições de vida e seus
comportamentos. Em síntese, é a primeira manifestação de um sentido para o
mundo.
A
explicação mítica é contrária à explicação filosófica. A Filosofia procura,
através de discussões, reflexões e argumentos, saber e explicar a realidade com
razão e lógica enquanto que o mito não explica racionalmente a realidade,
procura interpretá-la a partir de lendas e de histórias sagradas, não tendo
quaisquer argumentos para suportar a sua interpretação. O
pensamento mítico teve início na Grécia, do séc. XXI ao VI a.C. e nasceu do
desejo de dominação do mundo, para afugentar o medo e a insegurança. A verdade
do Mito não obedece à lógica nem da verdade baseada na experiência, nem da verdade
científica.
No passado, no
contexto da cultura ocidental, os gregos foram os que mais se destacaram no
campo da mitologia, além de suas influências culturais em outras áreas do
conhecimento. Na cultura ocidental o mito tornou-se, assim, o primeiro
instrumento que desvendou os mistérios do mundo e traduziu os primeiros
entendimentos do ser humano sobre a realidade.
ATENA, A DEUSA DA SABEDORIA
E DA GUERRA
Narra o mito que a Sabedoria e a Justiça, personificadas pela deusa grega Athena, é fruto de Métis (a astúcia, a inteligência) com o poderoso Zeus, ordenador do Cosmos.
Após ter sido proferido pelo oráculo que, se Zeus tivesse uma filha, ela se tornaria ainda mais poderosa que ele, Zeus tratou de engolir Métis para impedir o nascimento. Assim, Athena é gerada na cabeça do soberano do Olimpo (por isso, a deusa é associada ao lógos).
Findado o período de gestação, o supremo deus começou a sentir terríveis dores de cabeça, pois enquanto a Justiça não nasce, elas são inevitáveis.
Desesperado e no limite, Zeus ordena ao ferreiro divino Hefestos (Vulcano) que lhe abra a cabeça. Mesmo a contragosto, com técnica e precisão, desferra-lhe o machado de ouro certeiro e todos se surpreendem ao verem surgir, imponente e armada, pronta para a guerra, a deusa Palas Athena.
Palas significa "a donzela", pois a poderosa filha pede ao pai para manter-se sempre virgem e, desta forma, impor-se com a autoridade de quem não se deixa seduzir ou corromper.
Sua principal característica física é o porte altivo. Invocando a proteção de Athena sobre todo e qualquer embate, tem-se a vitória como certa, uma vez que Palas Athena é sempre acompanhada por Niké (a vitória).
http://www.esdc.com.br/CSF/artigo_palasathena.htm