quarta-feira, 25 de abril de 2012

MITO


 "O mito é o nada que é tudo.
  O mesmo sol que abre os céus
  É um mito brilhante e mudo."

Fernando Pessoa

O mito é um dispositivo utilizado pelos antigos, para contar os fatos acontecidos em relação sua vivência cotidiana, utilizando-se da linguagem simbólica. O rito, já é concretização do mito, por exemplo: O casamento; A purificação de jovens meninas para entrarem numa tribo na África, cortando o hímen. No rito a palavra e os gestos ganham a sua sacralidade, e é por isso que muitas tradições existem até hoje, especificamente o Cristianismo. O mito no seu sentido de origem: “O mito é a mais antiga forma de conhecimento, de consciência existencial e ao mesmo tempo, de representação religiosa sobre a origem do mundo, sobre os fenômenos naturais e a vida humana. Deriva do grego mythos, palavra, narração ou mesmo discurso, e dos verbos mytheyo (contar, narrar) e mytheo (anunciar e conversar). Sua função, por tanto é a de descrever, lembrar e interpretar todas as origens, seja ela a do cosmo(cosmogonia), dos (teogonia) , das forças e fenômenos naturais (vento, chuva, relâmpago, acidente geográfico, seja ela a da causas primordiais que impuseram ao homem as suas condições de vida e seus comportamentos. Em síntese, é a primeira manifestação de um sentido para o mundo.

A explicação mítica é contrária à explicação filosófica. A Filosofia procura, através de discussões, reflexões e argumentos, saber e explicar a realidade com razão e lógica enquanto que o mito não explica racionalmente a realidade, procura interpretá-la a partir de lendas e de histórias sagradas, não tendo quaisquer argumentos para suportar a sua interpretação. O pensamento mítico teve início na Grécia, do séc. XXI ao VI a.C. e nasceu do desejo de dominação do mundo, para afugentar o medo e a insegurança. A verdade do Mito não obedece à lógica nem da verdade baseada na experiência, nem da verdade científica.
No passado, no contexto da cultura ocidental, os gregos foram os que mais se destacaram no campo da mitologia, além de suas influências culturais em outras áreas do conhecimento. Na cultura ocidental o mito tornou-se, assim, o primeiro instrumento que desvendou os mistérios do mundo e traduziu os primeiros entendimentos do ser humano sobre a realidade.

ATENA, A DEUSA DA SABEDORIA E DA GUERRA

Narra o mito que a Sabedoria e a Justiça, personificadas pela deusa grega Athena, é fruto de Métis (a astúcia, a inteligência) com o poderoso Zeus, ordenador do Cosmos.

Após ter sido proferido pelo oráculo que, se Zeus tivesse uma filha, ela se tornaria ainda mais poderosa que ele, Zeus tratou de engolir Métis para impedir o nascimento. Assim, Athena é gerada na cabeça do soberano do Olimpo (por isso, a deusa é associada ao lógos).

Findado o período de gestação, o supremo deus começou a sentir terríveis dores de cabeça, pois enquanto a Justiça não nasce, elas são inevitáveis.

Desesperado e no limite, Zeus ordena ao ferreiro divino Hefestos (Vulcano) que lhe abra a cabeça. Mesmo a contragosto, com técnica e precisão, desferra-lhe o machado de ouro certeiro e todos se surpreendem ao verem surgir, imponente e armada, pronta para a guerra, a deusa Palas Athena.

Palas significa "a donzela", pois a poderosa filha pede ao pai para manter-se sempre virgem e, desta forma, impor-se com a autoridade de quem não se deixa seduzir ou corromper.

Sua principal característica física é o porte altivo. Invocando a proteção de Athena sobre todo e qualquer embate, tem-se a vitória como certa, uma vez que Palas Athena é sempre acompanhada por Niké (a vitória).

http://www.esdc.com.br/CSF/artigo_palasathena.htm

terça-feira, 24 de abril de 2012

Filosofia e Filosofia de Vida


A filosofia, a primeira vista, é entendida como algo enigmático, extremamente abstrato e distante da realidade. Isso ocorre devido à busca de diferentes respostas sobre indagações que continuamente fazemos ao longo de nossa existência como sobre o conhecimento, sobre os valores, sobre a natureza, sobre a beleza, sobre o homem. Essas inquietações decorrem da necessidade que todo ser humano tem de compreender o significado do mundo e de si mesmo. Na procura dessa compreensão criam-se novos significados, questionando-se e tecendo uma teia de relações cada vez mais abrangentes que indiquem respostas, mesmo que provisórias, na busca da verdade. O problema é que existem muitas respostas e nenhuma delas é unânime: qualquer tentativa de definição enfatiza determinados pontos e desvaloriza outros considerados importantes por outros filósofos.

Assim, o princípio para a filosofia é a inquietação que conduz ao questionamento e à reflexão. Pensar, reflexiva e criticamente sobre as questões que dizem respeito à constituição dos sentidos dos seres humanos, é estar iniciando-se no próprio processo do filosofar. Os sentidos e ou conceitos, constituídos historicamente pelos seres humanos, alimentam suas vidas e os vão constituindo como pessoas. Filosofia  é buscar o conhecimento entre todas as coisas e as relações entre si, dos fatos, dos valores e dos sentidos, mas não assumindo nenhuma como verdade, pois verdades são transitórias, o que hoje se considera como verdade, amanhã não devido às constantes pesquisas e às evoluções socioculturais e tecnológicas.

A Filosofia de vida é a concepção do que é a vida e de como vivê-la, a partir das experiências diárias, aprendidas e apreendidas nas relações estabelecidas com a família, a igreja, o trabalho, a sociedade e a cultura. Tudo isso integra a realidade e a forma como optar viver no mundo atual. Desta forma, filosofia de vida não depende tanto assim da Filosofia e sim do que é assimilado para o bem ou mal viver, envolvendo cultura, conhecimento, amizade,reflexão, sabedoria...

Portanto, a Filosofia e Filosofia de Vida estão intrinsicamente relacionadas por ser um sistema realizado aos poucos, através do gradual progresso da humanidade mediante a história do ser em contato com o meio ao qual está inserido, unindo saber e realidade.
A música Filosofia de Vida de Martinho da Vila retrata bem a Filosofia de Vida. Ouça a música:
Ficha Técnica:
·               Autor: Martinho da Vila , Fred Camacho , Marcelinho Moreira
·         Estilo: Samba / Pagode
·         Gravadora: MZA Music
·         Ano: 2010
Filosofia de Vida  Martinho da Vila
"Meu destino eu moldei
Qualquer um pode moldar
Deixo o mundo me rumar
Para onde eu quero ir
Dor passada não me dói
E nem curto nostalgia
Eu só quero o que preciso
Pra viver meu dia a dia

Pra que reclamar de algo que não mereço
A minha razão é a fé que me guia
Nenhuma inveja me causa tropeço
Creio em Deus e na Virgem Maria
Encaro sem medo os problemas da vida
Não fico sentado de pernas pro ar
Não há contratempo sem uma saída
Pra quem leva a vida devagar

Meu destino eu moldei
Qualquer um pode moldar
Deixo o mundo me rumar
Para onde eu quero ir
Dor passada não me dói
E nem curto nostalgia
Eu só quero o que preciso
Pra viver meu dia a dia

Que o supérfluo
Nunca nos falte
Básico para
Quem tem carestia
Não quero mais do que eu necessito
Pra transmitir minha alegria"